terça-feira, 12 de junho de 2012

Duo Paixão

Não sigo a instrução da caixa de bolo que diz pra comer ainda quente. Sirvo a mim mesmo com o que quero e tenho: sua ausência. O prato cai. Barulho forte. 'Já se passaram das 22h', penso. Pedaços brancos por todo lado. 'Porcelana corta tanto quanto vidro', digo eu enquanto recolho os estilhaços do chão. 'Moro no primeiro andar, ainda bem', penso. Salvei a fatia do bolo pra deixar o mundo cair. E se partir, se dissolver em mínimos pedaços. Salvei o bolo frio, sem bom gosto e sem vida pra deixar o recipiente se espatifar. 
Corro de tudo que pode me prender porque tudo quebra por mais bonito, limpo, cerâmico que seja.

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